Tal como o som das sereias que encantavam os marinheiros, sempre existiu o som das pulsações da vida, do trabalho, do amor e do significado da dinâmica social, (oceânica ou telúrica) que têm eco na música tradicional.
A música tradicional de qualquer país, é a arte que retrata o fascínio da relação entre o homem
e a natureza em todos os seus aspectos; tonalidade, trabalho, alegria, miséria, luta pelo pão e pela sobrevivência. E é no seu panteão que repousam o hábito, o som e a palavra, ícones de vidas rurais e marítimas cujas migrações desaguaram na miscigenação de culturas.
No gemer de uma carroça de bois e na agonia de uma caravela, está a música deste Portugal.
Por má formação ou ignorância, nem todos assim pensam, porque não vêm nela tudo aquilo que nela se desdobra, mas apenas, motivo para riso depreciativo, porque não conseguem decifrar o que as suas pobres orelhas ouvem.
É confrangedor ver certos obnóxios, fazerem chacota da música tradicional e folclórica portuguesa. Infelizmente, neste Portugal a estupidez ainda fala alto. Mas no meu íntimo, continuarei por esta estrada indiferente às aves sem asas.
Viva a música tradicional portuguesa.
(por tudo o que acabo de dizer, formei o TABÉMDÊXA)
VIVÁ MÚSICA
Armindo Gaspar