quinta-feira, 30 de outubro de 2008
O melhor comentário da semana
O que me entristece, é o nosso povo ter a massa encefálica - cor de rosa e cor de laranja - em vez de cinzenta.
Porca miséria ! Que confrangedor...
.
- Quo Vadis Portugal ?
*comentário num blog cá do burgo
Post da colobradora Joana Narciso
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Duas Mulheres e o Jazz
Do meu album de "Artistas Favoritos" Aziza Mustafa e Rhoda Scott
Rhoda Scott: nasceu nos Estados Unidos, filha de um Pastor e viveu toda a sua infância a acompanhar espirituais negros. Estudou em França (contra ponto e harmonia) com Madame Nadia Boulanger, também professora de Bernstein e Stravinski...
Aziza Mustafa Zadeh: nasceu em Baku-Azarbeijão, estudou piano e canto na Alemanha vindo a tornar-se uma cantora e uma pianista fantástica. Ganhou o prémio Thelonious Monk e o prestigioso prémio alemão de música Phono Academy.
Ouvir boa música dá saúde e faz crecer a mente.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Ó povo eu sou-te...
Eh marinheiros, gajeiros ! eh tripulantes, pilotos ! (F. pessoa) Deixai-me dormir em paz...
Lá vem pelo avelar o filho do Zé João, vem do centro escolar cansado de palmilhar a caminho da povoação. Não há médico na aldeia e a antiga escola fechou, não tem carne para a ceia e petróleo para a candeia porque o dinheiro acabou. O seu pai foi para França trabalhar na construção e a mãe desta criança trabalha na vizinhança lavando pratos e chão. Mas o puto vem contente com o Magalhães na mão e passa por toda a gente em alegria aparente de quem já sabe a lição. Um senhor muito invulgar que chegou com mais senhores, veio visitar o novo centro escolar e dar computadores. E lá vem o Joãozinho no seu contínuo vaivem calcorreando o caminho desesperando sozinho à espera da sua mãe. Neste país de papões a troco de dois vinténs agravam-se as disfunções, o rico ganha milhões e o pobre migalhões. JORGE BARROSO
Pelo meu correio electrónico entram coisas engraçadas. Esta chegou de França.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Lagos - Cidade das pessoas sem rosto
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
A "Tropa Americana" - do Tio Frederico "Félix"
- “Tropa Amaricaaaaaaaana”…
- “Canairinhos da Guinéeeee”…
Um curioso personagem que me fascinou e que nunca me saiu da memória. A sua vida, era a arte de saber comprar e vender, na qual se misturava um genial Vendedor Ambulante com um perspicaz Ferro Velho, que palmilhando a cidade, feiras, mercados e arredores, vendia os produtos que confeccionava, e comprava e negociava todo o tipo de bugiganga que achava poder dar-lhe algum lucro. Um dia, fiz-lhe uma visita no seu quintal (na Rua do Jogo da Bola) e fiquei atónito com o seu tesouro, uma pirâmide de tralha (ferros, latas, vidros, madeiras, peças de velhas máquinas, etc.) com quase dois metros de altura.
Frederico Luiz Palleti (o seu verdadeiro nome), casado com D. Maria de Jesus, viveu 70 e poucos anos e faleceu à cerca de 50. Chamavam-lhe Félix, por associação ao nome da oficina de calçado -Mestre Félix- (em S.José), propriedade do seu irmão Félix.
Entre todos os produtos exclusivos que este versátil “mercador” vendia, destacavam-se; A “Tropa Amaricana” (assim pronunciava ele), nome inspirado nos Drops Americanos. (Era ver a meninada atrás do carro de mão do Tio Frederico, para comprar a “Tropa Amaricana”). Guloseima feita com amêndoas torradas, cacau e açúcar em ponto, que custava dois tostões cada porção embrulhada em cartucho de papel de jornal, os “Canairinhos da Guiné”-Pequenos caranguejos cozidos com casca de laranja (para ficarem rosados) e muito sal, para “puxar a pinga”, as “Batatas doces assadas, as sardinhas salgadas e os biqueirões estibados.
Certo dia, deu à costa na Meia-Praia uma Toninha meio morta. Como ninguém ousou aproveitar o peixe, o Tio Frederico cortou-o em filetes e nos dias da Feira-Franca, vendeu-o em bifes de cebolada. (eu também comi um)
Conta-se que comprou o seu caixão e que o guardou na torre da casa, “aviando-se” para o seu próprio funeral.
Foi por volta de 1952-1954 (quando fui morar para a Rua da Roda) que conheci este“special man". O Tio Frederico "Félix".
*O meu agradecimento à D. Liseta e à sua filha Telma, (neta e bisneta do Tio Frederico “Félix”), pela informação e pela foto, que é de um Frederico mais novo do que aquele que eu conheci.
No lugar de esta Pensão, no Nº17 da Rua do Jogo da Bola, existia a velha casa do Tio Frederico.
*Se por acaso alguém possuir uma foto dessa velha casa, agradeço que me empreste.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
A democracia na imprensa desportiva portuguesa
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Para chorar de vergonha
De: Eduardo Prado Coelho - Precisa-se de matéria prima para construir um país
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é muito chato ter que ler) e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!