segunda-feira, 30 de julho de 2007

O Saloio o mar e o betão

Um tiozinho da Atalaia olhando o
betão em redor, sentou-se num baloiso
ouvindo o pranto das últimas figueiras
e amendoeiras, voltou-se fitando o mar
do cimo do penhasco do Porto de Mós,
comeu um figo torrado e num desafôro
cantou.

olhande o mar
as vagas 'smorecem
côme cuspinhe, no areal
serene e calme
n´é côme o sueste que faz caguífa.

tanta casa e pouca àrvore
gostava ter um barque pã d'spáircer
má custa o coire e o cabele,
dá-me cá uma rabiada!

o mar,
já de môce tinha cá 'sta paxão
má na se vê pexum denhum
pá massa de calde com pementão

bem,
na vale a pena ramocar
vai bofe com batatas
e uma fatia de pão


um d'sinf'liz
e 'inda po cima
tenhe um verrugão
no nariz
qu'é côme quem diz
tô farte do betão