quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ó povo eu sou-te...


Eh marinheiros, gajeiros ! eh tripulantes, pilotos ! (F. pessoa) Deixai-me dormir em paz...

Lá vem pelo avelar o filho do Zé João, vem do centro escolar cansado de palmilhar a caminho da povoação. Não há médico na aldeia e a antiga escola fechou, não tem carne para a ceia e petróleo para a candeia porque o dinheiro acabou. O seu pai foi para França trabalhar na construção e a mãe desta criança trabalha na vizinhança lavando pratos e chão. Mas o puto vem contente com o Magalhães na mão e passa por toda a gente em alegria aparente de quem já sabe a lição. Um senhor muito invulgar que chegou com mais senhores, veio visitar o novo centro escolar e dar computadores. E lá vem o Joãozinho no seu contínuo vaivem calcorreando o caminho desesperando sozinho à espera da sua mãe. Neste país de papões a troco de dois vinténs agravam-se as disfunções, o rico ganha milhões e o pobre migalhões. JORGE BARROSO

Pelo meu correio electrónico entram coisas engraçadas. Esta chegou de França.