sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Pé-de-Galo Damas: Pink Floyd - Another Brick In The Wall (HQ)
Pé-de-Galo Damas: Pink Floyd - Another Brick In The Wall (HQ): Dedicado a todos os Damistas e não só! Todos e em todas as idades, devemos ser irreverentes !
sexta-feira, 26 de julho de 2013
O folclore do nosso Algarve
O folclore é uma festa que une todas as tradições, crenças e lendas de um país, pertencem ao folclore; a mitologia, as crendices, as lendas, os folguedos, as danças regionais, a linguagem típica de uma região, o artesanato etc.
O folclore é reconhecido como uma ciência que estuda a cultura popular de uma nação e deve ter direito aos incentivos públicos e privados como qualquer outra manifestação cultural, o que muitas vezes não acontece.
O meu gosto pelo folclore vem das minhas raízes - os meus pais - foram eles que me fizeram desfilar à frente do Rancho dos Pescadores e Rendilheiras de Peniche quando ainda tinha 7 anos. Já neste Blog publiquei a história do meu pai - José Gaspar - e toda a sua actividade em prol do folclore de Portugal. Começarei hoje a divulgar alguns agrupamentos da nossa zona barlaventina, que não são do conhecimento de muitos de vós:
Rancho Folclore da Vila do Bispo (já desaparecido)
Dançando no largo da Igreja
Budens
Rancho Folclórico da Casa do Povo de Budens
Esta será talvez a 1ª formação do Rancho de Budens
Uma formação infantil
PS. Fotos de sites de Budens e Vila do Bispo e do casal amigo, Joaquim Rio e Maria da Graça de Espiche. O nosso obrigado.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Fazer de Deus um negócio sujo
A história secreta da renúncia de Bento XVI (de Eduardo Febbro)
Eduardo
Febbro, não faz referência ao assassinato do mordomo e esposa, atribuído ao
jovem soldado suiço, nas dependências do Vaticano há pouco tempo atrás. Outro
mistério a ser desvendado. A mãe do soldado não desiste e
tenta
por todos os meios desvendar o mistério pois não acredita no suicídio do filho
e muito menos ter sido ele o autor dos assassinatos.
A
história secreta da renúncia de Bento XVI -
Eduardo
Febbro
Mais
do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do
Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um
ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões
sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A
hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição
moral. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.
Paris
- Os especialistas em assuntos do Vaticano afirmam que o Papa Bento XVI decidiu
renunciar em março passado, depois de regressar de sua viagem ao México e a
Cuba.
Naquele
momento, o papa, que encarna o que o diretor da École Pratique des Hautes Études
de Paris (Sorbonne), Philippe Portier, chama “uma continuidade pesada” de seu
predecessor, João Paulo II, descobriu em um informe elaborado por um grupo de
cardeais os abismos nada espirituais nos quais a igreja havia caído: corrupção,
finanças obscuras, guerras fratricidas pelo poder, roubo massivo de documentos
secretos, luta entre facções, lavagem de dinheiro.
O
Vaticano era um ninho de hienas enlouquecidas, um pugilato sem limites nem moral
alguma onde a cúria faminta de poder fomentava delações, traições, artimanhas e
operações de inteligência para manter suas prerrogativas e privilégios a frente
das instituições religiosas.
Muito
longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o mandato de Bento XVI o
Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta. Joseph Ratzinger teve o
mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos, mas não o de
modernizar a igreja ou as práticas vaticanas.
Bento
XVI foi, como assinala Philippe Portier, um continuador da obra de João Paulo
II: “desde 1981 seguiu o reino de seu predecessor acompanhando vários textos
importantes que redigiu:
· a
condenação das teologias da libertação dos anos 1984-1986;
· o
Evangelium vitae de 1995 a propósito da doutrina da igreja sobre os temas da
vida;
· o
Splendor veritas, um texto fundamental redigido a quatro mãos com Wojtyla”.
Esses
dois textos citados pelo especialista francês são um compêndio prático da visão
reacionária da igreja sobre as questões políticas, sociais e científicas do
mundo moderno.
O
Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde 2003, tem em
sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um dragão que
simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a verdade, no
Vaticano, não é uma moeda corrente.
Depois
do escândalo provocado pelo vazamento da correspondência secreta do papa e das
obscuras finanças do Vaticano, a cúria romana agiu como faria qualquer Estado.
Buscou mudar sua imagem com métodos modernos.
Para
isso contratou o jornalista estadunidense Greg Burke, membro da Opus Dei e
ex-integrante da agência Reuters, da revista Time e da cadeia Fox. Burke tinha
por missão melhorar a deteriorada imagem da igreja. “Minha ideia é trazer luz”,
disse Burke ao assumir o posto. Muito tarde. Não há nada de claro na cúpula da
igreja católica.
A
divulgação dos documentos secretos do Vaticano orquestrada pelo mordomo do papa,
Paolo Gabriele, e muitas outras mãos invisíveis, foi uma operação sabiamente
montada cujos detalhes seguem sendo misteriosos: operação contra o poderoso
secretário de Estado, Tarcisio Bertone, conspiração para empurrar Bento XVI à
renúncia e colocar em seu lugar um italiano na tentativa de frear a luta interna
em curso e a avalanche de segredos, os vatileaks fizeram afundar a tarefa
de limpeza confiada a Greg Burke. Um inferno de paredes pintadas com anjos não é
fácil de redesenhar.
Bento
XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são tais
que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade
de São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa.
Não
é para menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em
suprimir as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e
ultrarreacionários do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da
igreja essa corrente retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as
ditaduras de ultradireita do mundo.
Bento XVI não foi o sumo pontífice da luz que seus retratistas se empenham em pintar, mas sim o contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou engolir pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é doutrinária, mas sim financeira.
O
Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e muitas das querelas que surgiram no
último ano têm a ver com as finanças, as contas maquiadas e o dinheiro
dissimulado. Esta é a herança financeira deixada por João Paulo II, que, para
muitos especialistas, explica a crise atual.
Em
setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti Tedeschi para o
posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do
Vaticano.
Próximo
à Opus Deis, representante do Banco Santander na Itália desde 1992, Gotti
Tedeschi participou da preparação da encíclica social e econômica Caritas in
veritate, publicada pelo papa Bento XVI em julho passado. A encíclica exige mais
justiça social e propõe regras mais transparentes para o sistema financeiro
mundial. Tedeschi teve como objetivo ordenar as turvas águas das finanças do
Vaticano.
As
contas da Santa Sé são um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas
origens mais conhecidas remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana
emitiu uma ordem de prisão contra o arcebispo norteamericano Paul Marcinkus, o
chamado “banqueiro de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos
investimentos do Vaticano na época.
João
Paulo II usou o argumento da soberania territorial do Vaticano para evitar a
prisão e salvá-lo da cadeia. Não é de se estranhar, pois devia muito a ele. Nos
anos 70, Marcinkus havia passado dinheiro “não contabilizado” do IOR para as
contas do sindicato polonês Solidariedade, algo que Karol Wojtyla não esqueceu
jamais.
Marcinkus
terminou seus dias jogando golfe em Phoenix, em meio a um gigantesco buraco
negro de perdas e investimentos mafiosos, além de vários cadáveres.
No
dia 18 de junho de 1982 apareceu um cadáver enforcado na ponte de Blackfriars,
em Londres. O corpo era de Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano. Seu
aparente suicídio expôs uma imensa trama de corrupção que incluía, além do Banco
Ambrosiano, a loja maçônica Propaganda 2 (mais conhecida como P-2), dirigida por
Licio Gelli e o próprio IOR de Marcinkus.
Ettore
Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só permaneceu três anos a
frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em 2012 por supostas
“irregularidades” em sua gestão.
Tedeschi
saiu do banco poucas horas depois da detenção do mordomo do Papa, justamente no
momento em que o Vaticano estava sendo investigado por suposta violação das
normas contra a lavagem de dinheiro.
Na
verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro episódio da guerra entre facções
no Vaticano. Quando assumiu seu posto, Tedeschi começou a elaborar um informe
secreto onde registrou o que foi descobrindo: contas secretas onde se escondia
dinheiro sujo de “políticos, intermediários, construtores e altos funcionários
do Estado”. Até Matteo Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu
dinheiro depositado no IOR por meio de laranjas.
Aí
começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano diz que o
banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por conselheiros do banco
com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor Bertone, um inimigo pessoal de
Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais que fiscaliza o funcionamento
do banco. Sua destituição veio acompanhada pela difusão de um “documento” que o
vinculava ao vazamento de documentos roubados do papa.
Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção.
A
hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição
moral. Nada muito diferente do mundo no qual vivemos: corrupção, capitalismo
suicida, proteção de privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentam, o
Vaticano não é mais do que um reflexo pontual e decadente da própria decadência
do sistema.
|
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Música e Ciência
Música e ciência
Quando se fala de música não é a pensar nos sons banais
que por aí se ouvem, com uma carga de interesses maquiavélicos e comerciais, que
fazem as delícias de uma massa inculta de um seguidismo louco atrás de modas e novos
preceitos de uma “cultura” bizarra e decadente. Se alguém me disser que não é
assim, ficam-me muitas dúvidas assentes nos meus 45 anos de músico
profissional. Sei desde há muito da relação música-tempo-ritmo-vida-religião-ciência e cosmos. Hoje, na comunidade científica discute-se muito a existência
ou não do tempo, Einstein provou que a luz pode ter uma trajetória curva assim como
o tempo é elástico independentemente do lugar do observador, pessoas há que
pensam que isto não tem nada a ver connosco, assim como não sabem que a música
tem a ver com muitas destas coisas e interage com todos estes elementos. Por
exemplo, não há música sem tempo e este pode estar escondido dentro dos músicos
ou de quem a ouve. Imaginemos 4 músicos tocando na cadência de um metrónomo,
quando alguém o pára, a música continua e o tempo continua no interior da cada um
dos músicos, logo o tempo-ritmo-som é um elemento nuclear que existe em todo o
universo e que serve de apoio na explicação de muitos fenómenos cósmicos fluxo de grandes acontecimentos no universo. Mikey Hart antigo
baterista dos Grateful Dead convidado de um grupo de cientistas astronómicos
tem alguns trabalhos sobre os Pulsares e Quasares que são exemplos do que atrás se disse. A música tem uma base muito importante que está ligada à física à matemática e ao cosmos, que remontam ao Timeu de Platão.
Texto Armindo Gaspar
Frequências, ritmos e desenvolvimento sonoro da matéria e da acústica:
Mikey HartTexto Armindo Gaspar
Frequências, ritmos e desenvolvimento sonoro da matéria e da acústica:
Brand x Music
Mikey Hart
Armindo Gaspar Música e Suralismo
Universoateu Som do Pulsar
terça-feira, 20 de novembro de 2012
2006 Homenagem a Armindo Gaspar Centro Cultural de Lagos
O Final
"The Nags" (40 depois)
Um pouco de Jazz
Ainda os "The Nags"
Depois de uma operação delicada a que fui sujeito, um grupo de amigos e a Camara Municipal de Lagos fizeram-me uma homenagem, eis alguns momentos dessa bonita festa.
PS. por dificuldades com o formato do filme original só agora 6 anos depois foi possivel esta postagem.
PS. por dificuldades com o formato do filme original só agora 6 anos depois foi possivel esta postagem.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
A nobre Tijela de Sacavém
A Tijela de Sacavém
(Indivisivelmente perpétuo)
Ajoelho-me perante a
descoberta do nuclear, da conquista do espaço, da nova dialéctica e todas as
outras novas tecnologias. Nasci em Peniche em 1944 e cheguei a Lagos em 1951,
comigo veio esta velha e nobre Tijela de Sacavém que deve ser mais velha do que
eu, com a qual tomei hoje (08/10/2012) o pequeno almoço e que faz parte da
minha história, das palavras que aprendi e disse, da natureza que me rodeia e
dos objectos e utensílios que uso. Observo-a e pergunto-lhe, com quantas sopas
de café com leite me presenteas-te, quantos conselhos ouviste da minha mãe para
mim, quantas zangas e alegrias e quanto desespero no tempo da guerra? Todos
estes fósseis estão incrustados no tique taque quase inaudível do velho relógio
de parede que a minha mãe Julieta me deixou, mas tu nobre Tijela, continuas
viva e diante de mim ouço o teu murmurar, - Armindo, ainda estou viva !
PS.
A Fábrica de Loiça se Sacavém foi fundada em 1850
domingo, 9 de setembro de 2012
Ainda sobre o folclore em Lagos
Chegam de todos os lados mais "vestígios" do antigo Rancho Floclorico do Clube Marítimo "os Lacobrigenses", mais tarde o Rancho Folclorico de Lagos. Eis outros apontamentos da herança que o José Gaspar nos legou. Impressionante é que muitas das pessoas que participaram neste projecto guardaram quase religiosamente estes retalhos de toda aquela azáfama. Foi um tempo maravilhoso que quando me recordo, não contenho uma lágrima que me derrama pela face. Mais de meio século, que voou num piscar de olhos, mas que ninguém esqueceu e a prova disso mesmo são estas fotografias que chovem sobre a cidade de Lagos como que a dizerem, ainda cá estamos !?
Maravilhosas imagens...
Maria João, Maria do Amparo, Orlando Café, Henriqueta ?, José Amândio, António Soromenho e a irmã ? Armindo Gaspar, ?, António da Chã, Eduardo, Fernanda Moreira, Júlia, Ilidio e José Luis. Alguns já falecidos, mas que falo deles como estivessem vivos...
A Rita Vieira. No lado direito da foto o filho do sr. Osvaldo, à altura director do Rancho.
António da Chã, Rita, Fernanda, Júlia Silva, Maria do Amparo e Fátima.
?, Ilidio, António Soromenho e Orlando Café.
A Júlia e o Ilídio um casal cuja vida foi uma total dedicação ao folclore da nossa região.
Sob os olhares atentos dos turistas, in Action!
Nery e o saudoso José Gaspar
Ainda o casal Silva
Esta é uma surpresa para mim, não sabia que os membros do Rancho tinham um cartão de "identidade" do Clube, na qualidade de dançarinos. Isto mostra o rigor e a disciplina que imperava no projecto.
Uma dançarina divertinde-se com o cançonetista Alex.
As 4 Mosqueteiras; Fernanda, Helena, Julia e Rita
Gabriela e Rita
Os acordeonistas; José Envangelista e António da Chã
Algures in Action
A Rita e a Fernanda abraçadas por um estrangeiro
O segundo disco do Rancho, um LP com vários ranchos do Algarve entre os quais o Rancho de Lagos.
Eu sabia da existência deste disco e levei anos até o encontrar, obrigado à Júlia Silva que o me emprestou.
Quero aqui deixar a minha singela homenagem ao Ilídio Silva que após a morte do José Gaspar continou empenhado na divulgação do nosso folclore e veio mais tarde a ser um dos fundadores do Rancho Folclorico Etnográfico do Odiaxere.
Noite de Cantigas
Noite
de cantigas
Quando
as raparigas
Com
alegres cores
Saltam
as fogueiras
Esquecem
canseiras
E
pensam em amores
E
sempre contentes
Corações
ardentes
Bocas
a sorrir
Deixam
ao deitar
Um
cravo ao luar
P’ra
ele florir
Quem
amor não tem
Peça
ao Santo António
São
João lá vem
Traz
o matrimónio
Quem
amor não tem
Peça
ao Santo António
São
João lá vem, São João lá vem
Traz
o matrimónio
Haja
Romarias, haja romarias
E
toca a folgar
Todas
as Marias, todas as Marias
Têm
o seu par
Haja
romarias haja romarias
E
toca a folgar
Todas
as Marias, todas as Marias
Têm
o seu par
PS. Este texto mostra-nos toda a inocência e o romantismo, apanágio das gentes daquela altura e do tempo em que viviam. Fantástico texto !
PS. Este texto mostra-nos toda a inocência e o romantismo, apanágio das gentes daquela altura e do tempo em que viviam. Fantástico texto !
domingo, 26 de agosto de 2012
Do Facebook, um espaço nostálgico sobre o Bairro Operário de Lagos, suas gentes, suas histórias e estórias, dramas, vidas, etc.
Extraí alguns depoimentos de quem por lá conta o que sabe e o que viveu. Como também vivi neste bairro, não podia deixar de os mostrar a todos os lacobrigenses espalhados por esse mundo fora que habitualmente visitam este blogue.
O Parque Infantil do Bairro Operário
Este Parque, local onde várias gerações de crianças do Bairro Operário brincaram ao longo das suas infâncias, terá sido criado no início dos anos 70’.
Foi construido um muro com menos de 1 metro de altura num rectângulo que separava a Rua Ilha da Madeira da Praceta Ilha da Madeira, com aberturas a sul e a norte.
Dotado de vários utensílios para as brincadeiras (balancé, escorrega, carrocel, caixa de areia, entre outros), dispunha ainda de espaço para a rapaziada brincar ao jogo do berlinde, do pião, do ferro, da apanhada, do mata, da corrente eléctrica, entre outros, já para não falar de jogar à bola, servindo as aberturas a sul e a norte de balizas.
Durante o final dos anos 70’ e princípio dos anos 80’, e derivado ao desgaste natural bem como a actos de vandalismo por parte de grupos de jovens mais velhos oriundos de outros Bairros, os utensílios tiveram de ser, pelo menos por 3 vezes, repostos, bem como foram feitas pequenas modificações no interior do Parque, o qual em certa altura viu surgir um Mastro de São João, para celebração de festas dos Santos Populares durante o mês de Junho.
De salientar que o topo do pouco elevado muro que rodeava o Parque era também utilizado para o jogo da carica, no qual era necessário fazer deslizar a carica de uma garrafa ao longo do muro, dando pequenos toques com os dedos, sempre de forma a evitar que a carica saísse para fora dos limites da espessura do muro e caísse ao chão, chegando-se em certa altura a organizar verdadeiras competições, fosse verão ou inverno, chovesse ou fizesse sol.
Com o passar do Século a realidade do Parque Infantil do Bairro Operário tornou-se outra, da qual prefiro nem falar…prefiro lembrar-me do Parque da minha infância da forma que vivenciei as brincadeiras mais felizes dos meus tempos de criança.
Este Parque, local onde várias gerações de crianças do Bairro Operário brincaram ao longo das suas infâncias, terá sido criado no início dos anos 70’.
Foi construido um muro com menos de 1 metro de altura num rectângulo que separava a Rua Ilha da Madeira da Praceta Ilha da Madeira, com aberturas a sul e a norte.
Dotado de vários utensílios para as brincadeiras (balancé, escorrega, carrocel, caixa de areia, entre outros), dispunha ainda de espaço para a rapaziada brincar ao jogo do berlinde, do pião, do ferro, da apanhada, do mata, da corrente eléctrica, entre outros, já para não falar de jogar à bola, servindo as aberturas a sul e a norte de balizas.
Durante o final dos anos 70’ e princípio dos anos 80’, e derivado ao desgaste natural bem como a actos de vandalismo por parte de grupos de jovens mais velhos oriundos de outros Bairros, os utensílios tiveram de ser, pelo menos por 3 vezes, repostos, bem como foram feitas pequenas modificações no interior do Parque, o qual em certa altura viu surgir um Mastro de São João, para celebração de festas dos Santos Populares durante o mês de Junho.
De salientar que o topo do pouco elevado muro que rodeava o Parque era também utilizado para o jogo da carica, no qual era necessário fazer deslizar a carica de uma garrafa ao longo do muro, dando pequenos toques com os dedos, sempre de forma a evitar que a carica saísse para fora dos limites da espessura do muro e caísse ao chão, chegando-se em certa altura a organizar verdadeiras competições, fosse verão ou inverno, chovesse ou fizesse sol.
Com o passar do Século a realidade do Parque Infantil do Bairro Operário tornou-se outra, da qual prefiro nem falar…prefiro lembrar-me do Parque da minha infância da forma que vivenciei as brincadeiras mais felizes dos meus tempos de criança.
ram feitas pequenas modificações no interior do
Parque, o qual em certa altura viu surgir um Mastro de São João, para
celebração de festas dos Santos Populares durante o mês de Junho.
De salientar que o topo do pouco elevado muro que rodeava o Parque era também
utilizado para o jogo da carica, no qual era necessário fazer deslizar a carica
de uma garrafa ao longo do muro, dando pequenos toques com os dedos, sempre de
forma a evitar que a carica saísse para fora dos limites da espessura do muro e
caísse ao chão, chegando-se em certa altura a organizar verdadeiras
competições, fosse verão ou inverno, chovesse ou fizesse sol.
Com o passar do Século a realidade do Parque Infantil do Bairro Operário
tornou-se outra, da qual prefiro nem falar…prefiro lembrar-me do Parque da
minha infância da forma que vivenciei as brincadeiras mais felizes dos meus
tempos de criança.
Tal como já tive oportunidade de aforar
neste fórum de amigos, os habitantes do Bairro Operário nutrem uma franca
predilecção ou vocação para o associativismo.
A geração do pai do Armindo Gaspar, do pai do Vitor Moreira e do meu pai são apenas alguns exemplos. E esses senhores legaram-nos o “bichinho”. A carreira de sucesso do Armindo fala por si, o Vitor Moreira é outra grande referência da cena musical lacobrigense. Para além de grande músico foi também um incontornável presidente da Sociedade Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio.
Reportando-me ao meu pai, José Pedro, recordo que também ele foi Presidente da Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio, como se pode atestar pela foto que publico hoje.
Porém, o meu pai ainda foi dirigente do Marítimo onde pontificava justamente o pai do Armindo Gaspar, e durante largos anos o José Pedro fez parte dos órgãos sociais de várias colectividades, mas particularmente do Clube de Futebol Esperança de Lagos, que celebra o Centenário já no próximo dia 20 de Setembro de 2012 .
A geração do pai do Armindo Gaspar, do pai do Vitor Moreira e do meu pai são apenas alguns exemplos. E esses senhores legaram-nos o “bichinho”. A carreira de sucesso do Armindo fala por si, o Vitor Moreira é outra grande referência da cena musical lacobrigense. Para além de grande músico foi também um incontornável presidente da Sociedade Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio.
Reportando-me ao meu pai, José Pedro, recordo que também ele foi Presidente da Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio, como se pode atestar pela foto que publico hoje.
Porém, o meu pai ainda foi dirigente do Marítimo onde pontificava justamente o pai do Armindo Gaspar, e durante largos anos o José Pedro fez parte dos órgãos sociais de várias colectividades, mas particularmente do Clube de Futebol Esperança de Lagos, que celebra o Centenário já no próximo dia 20 de Setembro de 2012 .
A forte apetência da malta do Bairro Operário pelo
Desporto
Para além das castiças brincadeiras e diversificados jogos lúdicos, que já mencionei na anterior publicação, a malta do Bairro Operário sempre revelou forte apetência pelo desporto.
Qualquer espaço ou objecto serviam para a prática desportiva. A reboque ou por influência da televisão ou rádio ou jornais, sempre que se realizavam os Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo, Campeonatos Europeus ou mesmo Campeonatos Nacionais, toca a vir para a rua e jogar de manhã à noite.
Atletismo: provas de velocidade, provas de meio fundo e fundo , saltos e até lançamentos; ciclismo: sprints, voltas ao Bairro, ou mesmo provas de fundo e até etapas como se fosse a Volta a Portugal; andebol, voleibol, hóquei em patins, aliás, em campo, porque não tínhamos patins; basquetebol aproveitando os candeeiros das casas cuja base formava um triângulo convidativo (cesto) para enfiar a bola, futebol com vários campos ali no Bairro: os famosos 2 x 2 ou 3 x 3 na Rua Ilha de S. Miguel, cujas balizas eram os poiais das escadas das nossas casas, ou outro campo para mais alguns jogadores, no espaço entre a casa do Armindo Gaspar e do José Augusto, e ainda aquele terreno junto à Cerca do Cemitério, em que se juntavam mais jogadores. Mas aquele duelo 2 x 2, em que não faltavam as duplas Sporting/Benfica era espectacular. A precisão do passe, a tabela, o drible, a recepção, o desarme, a condução de bola, a marcação, a desmarcação e o apoio, e também muita resistência. Porque era o bota-fora. Até a natação marcava presença no Verão, com disputas na Praia da Batata ou na Meia Praia.
Outros jogos eram típicos da malta do Bairro Operário. Recordo que fazíamos um carro com canas e rodas de cortiça com guiador e tudo, para fazermos competição. Também os pneus e arcos das bicicletas serviam para competir. Arcos com flecha, as fisgas, enfim, tudo servia para competir, brincar e divertimento.
Certo é que, a partir do Bairro Operário, emergiram muitos e bons atletas, treinadores e dirigentes. Particularmente no Futebol, na década de 70, os Juvenis e Juniores do Esperança acolhiam uma grande fatia de jogadores do Bairro Operário. Eu, o Júlio Barroso, José Augusto, José Manuel Segurado, Orlando Pinto, Constantino Bandarra, Carlos Alberto Rosa “Magana”, Júlio Bárbara “Galinha”, Luís Raul, Nani, Carlos Serraboco, Carlos Cabrita, etc. A propósito deste último, sabiam que o Carlos e o Joaquim Xaiota eram exímios nos toques de cabeça contra a parede?
Outra fornada de jogadores do Bairro Operário assentava na primeira equipa de Iniciados do Esperança de Lagos: Luís Barroso, João Barroso, António José “À Barra”, infelizmente faleceu recentemente; João Nunes, Luís Bárbara “Galinha”, e outros jovens das zonas vizinhas de Santo Amaro e Hospital Velho (Rua Hospital São João de Deus).
Após o 25 de Abril, foi fundado o popular GDAL, o clube mais ecléctico de Lagos e do Algarve, de todos os tempos. A maioria dos fundadores do GDAL eram do Bairro Operário: eu, o Júlio Barroso, Orlando Pinto, Constantino Bandarra, entre outros. E as primeiras equipas de futebol do GDAL eram baseadas na malta do Bairro Operário: Carlos Segurado, Vítor Cópio, Quim Zé. Amado, Chico Dias, Zeca Pereira, José Luís Janota, Augusto Janota, Alberto Miguel, Alberto Conceição, Victor, primo do Alberto Miguel, Paulo Neves, Sargento, Marinho “Besugo”, Luís Luz “Canana”, Luís Firmino, Olegário, Helder Francês, Carlos Borlinha, José António “estrelado”, José António Correia, João Kapa, entre outros, dos quais eu tive a honra e privilégio de ser treinador.
E quem não se lembra dos famosos torneios de futebol salão e não só, organizados pelo saudoso João “Rebuçado”
Outras gerações, incluindo as mulheres, pontificaram no desporto lacobrigense. Por isso, desafio os amigos a partilharem outros nomes e outras actividades desportivas.
Obviamente, que o espaço está aberto para recordarmos artistas e gente que se dedicou ao associativismo cultural.
Para além das castiças brincadeiras e diversificados jogos lúdicos, que já mencionei na anterior publicação, a malta do Bairro Operário sempre revelou forte apetência pelo desporto.
Qualquer espaço ou objecto serviam para a prática desportiva. A reboque ou por influência da televisão ou rádio ou jornais, sempre que se realizavam os Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo, Campeonatos Europeus ou mesmo Campeonatos Nacionais, toca a vir para a rua e jogar de manhã à noite.
Atletismo: provas de velocidade, provas de meio fundo e fundo , saltos e até lançamentos; ciclismo: sprints, voltas ao Bairro, ou mesmo provas de fundo e até etapas como se fosse a Volta a Portugal; andebol, voleibol, hóquei em patins, aliás, em campo, porque não tínhamos patins; basquetebol aproveitando os candeeiros das casas cuja base formava um triângulo convidativo (cesto) para enfiar a bola, futebol com vários campos ali no Bairro: os famosos 2 x 2 ou 3 x 3 na Rua Ilha de S. Miguel, cujas balizas eram os poiais das escadas das nossas casas, ou outro campo para mais alguns jogadores, no espaço entre a casa do Armindo Gaspar e do José Augusto, e ainda aquele terreno junto à Cerca do Cemitério, em que se juntavam mais jogadores. Mas aquele duelo 2 x 2, em que não faltavam as duplas Sporting/Benfica era espectacular. A precisão do passe, a tabela, o drible, a recepção, o desarme, a condução de bola, a marcação, a desmarcação e o apoio, e também muita resistência. Porque era o bota-fora. Até a natação marcava presença no Verão, com disputas na Praia da Batata ou na Meia Praia.
Outros jogos eram típicos da malta do Bairro Operário. Recordo que fazíamos um carro com canas e rodas de cortiça com guiador e tudo, para fazermos competição. Também os pneus e arcos das bicicletas serviam para competir. Arcos com flecha, as fisgas, enfim, tudo servia para competir, brincar e divertimento.
Certo é que, a partir do Bairro Operário, emergiram muitos e bons atletas, treinadores e dirigentes. Particularmente no Futebol, na década de 70, os Juvenis e Juniores do Esperança acolhiam uma grande fatia de jogadores do Bairro Operário. Eu, o Júlio Barroso, José Augusto, José Manuel Segurado, Orlando Pinto, Constantino Bandarra, Carlos Alberto Rosa “Magana”, Júlio Bárbara “Galinha”, Luís Raul, Nani, Carlos Serraboco, Carlos Cabrita, etc. A propósito deste último, sabiam que o Carlos e o Joaquim Xaiota eram exímios nos toques de cabeça contra a parede?
Outra fornada de jogadores do Bairro Operário assentava na primeira equipa de Iniciados do Esperança de Lagos: Luís Barroso, João Barroso, António José “À Barra”, infelizmente faleceu recentemente; João Nunes, Luís Bárbara “Galinha”, e outros jovens das zonas vizinhas de Santo Amaro e Hospital Velho (Rua Hospital São João de Deus).
Após o 25 de Abril, foi fundado o popular GDAL, o clube mais ecléctico de Lagos e do Algarve, de todos os tempos. A maioria dos fundadores do GDAL eram do Bairro Operário: eu, o Júlio Barroso, Orlando Pinto, Constantino Bandarra, entre outros. E as primeiras equipas de futebol do GDAL eram baseadas na malta do Bairro Operário: Carlos Segurado, Vítor Cópio, Quim Zé. Amado, Chico Dias, Zeca Pereira, José Luís Janota, Augusto Janota, Alberto Miguel, Alberto Conceição, Victor, primo do Alberto Miguel, Paulo Neves, Sargento, Marinho “Besugo”, Luís Luz “Canana”, Luís Firmino, Olegário, Helder Francês, Carlos Borlinha, José António “estrelado”, José António Correia, João Kapa, entre outros, dos quais eu tive a honra e privilégio de ser treinador.
E quem não se lembra dos famosos torneios de futebol salão e não só, organizados pelo saudoso João “Rebuçado”
Outras gerações, incluindo as mulheres, pontificaram no desporto lacobrigense. Por isso, desafio os amigos a partilharem outros nomes e outras actividades desportivas.
Obviamente, que o espaço está aberto para recordarmos artistas e gente que se dedicou ao associativismo cultural.
Ivo Manuel
Obrigado
por tudo, Carlos Conceição (Calitas) e Carlos Manuel Reis RodriguesEntre 1975 e 1982/1983, o Carlos Conceição (Calitas), muitas vezes auxiliado pelo Carlos Rodrigues, treinou, ensinou e formou muitas camadas jovens do nosso Bairro e de outros Bairros da nossa cidade, no desporto rei - o Futebol, no saudoso GDAL (Grupo Desportivo Amador de Lagos).
Foram muitos os jovens que por lá passaram, sendo de destacar alguns dos mais velhos - Luís Firmino, Luis Luz, Jaime Bravo, entre outros.
...
Armindo Gaspar
Personagens do Bairro Operário
"O Cabeça de Boi", que me desculpem os familiares mas era assim que as pessoas e chamavam, eu nem sei qual o nome próprio dele. Na altura em que não havia ainda saneamento básico na cidade, este senhor conduzia um carroça de bois que recolhia os "esgotos" das casas. Um particularidade é que os bois já sabia aonde parar sem que o homem lhes desse ordem. Lembra-me disto como fosse hoje, porque o José Gaspar meu pai, era à altura o encarregado dos serviços de limpeza da cidade.
PS. O senhor chamava-se Aníbal.
·
Carlos Conceição Jogos e brincadeiras inesquecíveis Neste fantástico espaço de convívio e de memórias, para além das magníficas fotos publicadas, julgo oportuno recordar também os jogos e brincadeiras de várias gerações.
Neste histórico Bairro Operário, nasceram e viveram ilustres lacobrigenses, de gema e de coração/opção. Gente que contribuiu decisivamente para valorizar a cidade dos descobrimentos. Pescadores, Homens e Mulheres da Indústria Conserveira, da Cortiça, do Tijolo, do Mármore, da Hotelaria e Restauração, Agricultores, Homens da Construção Civil, da Função Pública, Políticos, Dirigentes do Associativismo, Profissões Liberais, Artistas, Jornalistas, Desportistas, Empresários, enfim, das mais variadas e nobres profissões.
Na minha geração de criança e jovem, muitas eram as brincadeiras, jogos tradicionais e jogos desportivos. Recordo com saudade o Bairro Operário vestido de berlindes, em cada canto ou a cada esquina, lá estava a malta a jogar o berlinde, ou ao betão, a moeda na parede, o Pauzinho queimado, o Manecas, as Uvas, o Lá vai ai, o Toca e Foge, a Rolha, o 31, a Pêra Redonda, a Corrente Eléctrica, o Lencinho, e claro, influenciado pela televisão e pelas colecções de livros , na altura, brincava-se ao Mãos ao ar, cowboys e índios, espadachim, etc..
Para não me tornar maçudo, deixo aqui o repto para partilharmos e até explicarmos aqueles jogos e as brincadeiras. Noutras publicações darei conta dos diversificados jogos desportivos.
Porém, não posso deixar de relembrar certas brincadeiras, talvez praxes da época, algumas maldosas e pouco asseadas.
Para quem gozava férias, ou estava de passagem para ver amigos e familiares, a malta marafada do Bairro pregava habitualmente partidas do arco da velha. Ora, vá-se lá saber porquê, alguém inventou o “Rei Coxo”. Então, quando aparecia algum moço novo ou estranho no Bairro, logo lhe era perguntado se sabia jogar ao “Rei Coxo”. Caso o moço desconhecesse, toca a jogar que se faz tarde. Apenas 3 elementos: o rei coxo, o pagem e o cavalo, enquanto o resto do grupo fazia de povo. Claro que o coitado do pagem era o novato no Bairro. Com contagem ou sem ela, dava-se um determinado tempo para o rei, sempre a coxear, enquanto estivesse à vista, lá desaparecia por instantes, e depois aparecia para colocar o pé completamente embolado de “merda”, nas mãos do pagem, antes do rei subir para o cavalo. Resultado, uma monumental gargalhada e o desespero e revolta do novato praxado.
E ainda havia a célebre “Estrelinha cai, cai...alguém se recorda?
Malta marafada e com muita imaginação!
Neste histórico Bairro Operário, nasceram e viveram ilustres lacobrigenses, de gema e de coração/opção. Gente que contribuiu decisivamente para valorizar a cidade dos descobrimentos. Pescadores, Homens e Mulheres da Indústria Conserveira, da Cortiça, do Tijolo, do Mármore, da Hotelaria e Restauração, Agricultores, Homens da Construção Civil, da Função Pública, Políticos, Dirigentes do Associativismo, Profissões Liberais, Artistas, Jornalistas, Desportistas, Empresários, enfim, das mais variadas e nobres profissões.
Na minha geração de criança e jovem, muitas eram as brincadeiras, jogos tradicionais e jogos desportivos. Recordo com saudade o Bairro Operário vestido de berlindes, em cada canto ou a cada esquina, lá estava a malta a jogar o berlinde, ou ao betão, a moeda na parede, o Pauzinho queimado, o Manecas, as Uvas, o Lá vai ai, o Toca e Foge, a Rolha, o 31, a Pêra Redonda, a Corrente Eléctrica, o Lencinho, e claro, influenciado pela televisão e pelas colecções de livros , na altura, brincava-se ao Mãos ao ar, cowboys e índios, espadachim, etc..
Para não me tornar maçudo, deixo aqui o repto para partilharmos e até explicarmos aqueles jogos e as brincadeiras. Noutras publicações darei conta dos diversificados jogos desportivos.
Porém, não posso deixar de relembrar certas brincadeiras, talvez praxes da época, algumas maldosas e pouco asseadas.
Para quem gozava férias, ou estava de passagem para ver amigos e familiares, a malta marafada do Bairro pregava habitualmente partidas do arco da velha. Ora, vá-se lá saber porquê, alguém inventou o “Rei Coxo”. Então, quando aparecia algum moço novo ou estranho no Bairro, logo lhe era perguntado se sabia jogar ao “Rei Coxo”. Caso o moço desconhecesse, toca a jogar que se faz tarde. Apenas 3 elementos: o rei coxo, o pagem e o cavalo, enquanto o resto do grupo fazia de povo. Claro que o coitado do pagem era o novato no Bairro. Com contagem ou sem ela, dava-se um determinado tempo para o rei, sempre a coxear, enquanto estivesse à vista, lá desaparecia por instantes, e depois aparecia para colocar o pé completamente embolado de “merda”, nas mãos do pagem, antes do rei subir para o cavalo. Resultado, uma monumental gargalhada e o desespero e revolta do novato praxado.
E ainda havia a célebre “Estrelinha cai, cai...alguém se recorda?
Malta marafada e com muita imaginação!
Meus queridos vizinhos!! estive de tarde a conversar com o Ivo, estava a passear os seus cães e eu fui levar a minha amiga a casa. O Ivo como qualquer um de nós, num determinado momento da vida, está a passar por uma fase complicada, ainda não fez os exames médicos mas o prazo aproxima-se, precisa de equilíbrio, serenidade palavras e gestos bonitos. Precisa de estar rodeado dos seus mais próximos e concentrar-se na sua vida pessoal. Disse-me que sentia muitas saudades do grupo e tem fotos para publicar um dia, quando se sentir mais calmo e em paz.
Eu por mim, fiz o que o meu coração mandou, fui ao encontro dele e ofereci-lhe o meu apoio, partilhei também os meus medos e as minhas inseguranças e disse-lhe que ele não está "sozinho". Aqui na nossa "casa", podemos sempre mandar-lhe pensamentos positivos, eu sei que ele vai gostar!
(alguns destes depoimentos estão acompanhados de fotos, pode visitar este espaço:)
http://www.facebook.com/home.php?#!/groups/bairrooperario/
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Para a História da Música em Lagos
Aquando do meu despertar para a música, amigos com a mesma paixão faziam soar as primeiras notas torcidas, desafinadas mas corajosas e intencionais. Gerou-se um movimento em torno dos mestres Anatólio Falé, do Capitão Albertino de Paula Santos (capitão abóbora), etc. Movimento esse que foi como que a Pangeia que mais tarde se expandiu em outras direcções, nas quais começaram a nascer várias formações musicais. Eram os anos 50/60, tinha caído na Terra um Astróide chamado Rock e a nossa Cidade de Lagos não ficou indiferente ao facto. Começaram a visitar-nos algumas bandas da capital já com dimensão aceitável; Os Diamantes Negros, Os Guiatarras de Fogo, Os Gatos Negros, Os Leaders, o Quinteto Académico, etc. Nós, lacobrigenses "maçaricos", ficavamos com borbulhas na pele de entusiásmo e de querer imitá-los, o enfoque do Rock aprisionava-nos, era o delírio. De entre todos nós, os dois irmãos gémeos Glória, o João e o António (já falecido) foram pioneiros na formação de "Conjuntos" como chamavamos e continuaram na música fazendo dela profissão. Foi o João Glória - na foto abaixo - que fundou a banda The Crystals Brass Band da qual aqui deixamos uma velha gravação que não primando pela qualidade sonora, não deixa de ser um momento para recordar.
- Para a História da Música em Lagos. The Crystal Brass Band - Lagos.
- Alguns de vós nunca ouviram falar desta Banda Lacobrigense. Muita boa! Alguns destes músicos integram hoje Orquestras de Jazz: Hugo Alves, Duarte Costa, João Gloria, José Ribeiro, etc.
- Por esta banda passaram bastantes músicos, mas este é o único registo que conhecemos.
Esta gravação é velha e de qualidade deficiente mas dá para ter uma ideia dos bons arranjos e a excelente execução que estes rapazes apresentavam. Uma boa audiçâo !...
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Rancho do Clube Futebol Marítimo "Os Lacobrigenses"
Ouvir estas melodias, mais de meio século depois é fascinante!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
E, o Natal vem aí outra vez...
"O Deus gentil que amorosamente projectou todos nós e salpicou o céu com estrelas brilhantes para o nosso deleite – esse Deus é, como o Pai Natal, um mito da infância, não é uma coisa que um adulto são e honesto poderia literalmente crer. Esse Deus deve ou ser transformado em um símbolo de algo menos concreto ou abandonado de uma vez". Daniel Dennett, “Darwin’s Dangerous Idea”.
MAS !?
Muita Música, muitos figos e "pouco" medronho. Saúde !
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Mundo - Reformas na Suíça com tecto máximo de 1700 euros - RTP Noticias, Vídeo
Clique neste endereço e chore...
Mundo - Reformas na Suíça com tecto máximo de 1700 euros - RTP Noticias, Vídeo
Será que os portugueses de reformas chorudas: Exército, Marinha, Força Aérea, Forças Para-militaras, Políticos, Gestores, etc, quereriam que em Portugal fosse assim ?
Não acredito, seguramente o nosso "desgoverno" sabe disto, mas está caladinho.
G A T U N O S....
Mundo - Reformas na Suíça com tecto máximo de 1700 euros - RTP Noticias, Vídeo
Será que os portugueses de reformas chorudas: Exército, Marinha, Força Aérea, Forças Para-militaras, Políticos, Gestores, etc, quereriam que em Portugal fosse assim ?
Não acredito, seguramente o nosso "desgoverno" sabe disto, mas está caladinho.
G A T U N O S....
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Já tinham pensado nisto?
O homem é a única testemunha dos esplendores do universo que habita - embora se tenha mostrado sempre muito menos impressionado com o facto de existir do que seria de esperar. Ainda que as razões subjacentes a essa falta de deslumbramento connosco próprios tenham vindo a mudar, ao longo dos séculos, a mais importante permanece: as questões práticas do nosso quotidiano são tão simples e exigem tão pouco esforço da nossa parte que quase passam despercebidas. Quando acordamos, abrimos os olhos e vemo-nos imediatamente envolvidos pelas formas, sons e odores e pelo movimento dum mundo à nossa volta, a um nível de pormenor absolutamente extraordinário e nítido. Sentimos fome e, por meio de uma qualquer química mágica que desconhecemos por completo, os nossos organismos transformam a comida e a bebida que temos à nossa frente na nossa própria carne e no nosso próprio sangue. Abrimos a boca para falar e as palavras fluem, num incessante jorro tagarela de pensamentos, ideias e impressões. Facilmente reproduzimos a nossa espécie, e não participamos de forma alguma, na transformação, operada em apenas três meses, no óvulo fertelizado num óvulo fertilizado num embrião mais pequeno do que a unha do bosso polegar - cujas quatro mil componentes em pleno funcionamente incluem um coração palpitante do tamanho das letras deste texto, bem como um par de olhos do tamanho do ponto final que conclui esta frase. Suprimimos as necessidades dos nossos filhos, cujos corpos vão crescendo, centímetro a centímetro, de ano para ano, sem a nossa ajuda, até à idade adulta, substituindo, pelo caminho, quase todas as células, remodelando os crânios, os membros e os órgãos internos, e sempre com as propoções certas. Assim que nos dedicamos a refletir sobre estas questões práticas, começamos a - etc, etc, etc...
James Le Fanu
"Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo".
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
"Estórias levadas da breca"
Estórias da Aldeia
Querida prima, nós por cá todos bem, e desta vez as hemorróidas não afectaram ninguém. Rima e é bem verdade. A avó lá resolveu o problema dela com gelo. Enfim, modernices que lhe ensina a Mariazinha. Ainda no outro dia começou a falar à velha no swing, mas a avó diz que não vai em danças. Não te preocupes por demorares mais tempo a escrever. Eu sei que a disponibilidade para o fazer será cada vez menor. Eu também já tinha recebido a tua carta há alguns dias, mas tenho andado ocupado. Tenho ajudado o Justino lá na Junta a instalar umas aparelhagens estranhas. Ele diz que aquilo é para fazer uma rádio, já que aqui só conseguimos apanhar a Renascença e, como diz o Justino, «de missa já me basta o domingo». Então tu perdes o emprego por causa de uma crise de choro? Nada de chorar, mulher! Tens que ser forte. Também eles não foram nada simpáticos em mandar-te logo embora, mas talvez até tenha sido melhor, porque quem faz isso só por causa de umas lágrimas não pode ser bom patrão. Vê o lado positivo: se te tivesse dado a tua diarreia nervosa era bem pior. Lembras-te daquela vez na primeira comunhão? Até o padre gritava «ai meu Deus». Já só me consigo lembrar que o teu vestido teve de ser queimado, tal era a dificuldade em tirar as nódoas e o cheirete.Agora corre aqui o rumor que afinal a Mariazinha não lê a Bíblia ao padre, mas está sim a ajudá-lo nas obras da sacristia. No outro dia o padre devia estar a pendurar uns quadros, porque o Justino ouviu a Mariazinha a gritar «mais para a esquerda. Isso, é aí. Agora força, força! Martele!». Está descansada com o Manel porque ele não te anda a trair. Ele não teve tempo porque foi com mãe ao hospital. A culpa foi de um osso de frango que ficou na garganta da D. Hortense. Havias de vê-la toda aflita a gritar «ai que me engasgo» e «ai que ficou entalado». Era de fazer uma pena que nem te digo.Eu vou andando por cá, sempre na mesma. Tenho é uma novidade: ando com uma moça debaixo de olho. Ainda no outro dia lhe paguei uma mini. Depois conto pormenores se isto der certo, ou se lhe pagar mais alguma coisa.Para não dizeres que só leio jornais de porcaria, resolvi começar a ler o dicionário. Como aquilo dá um sono tremendo, só consigo ler umas duas ou três frases. Ainda assim, já aprendi palavras novas. Estou a ficar mais culto.Adeus e um ósculo do primo Augusto. PS – tirei esta do «ósculo» lá do dicionário.
posted by RM
Subscrever:
Mensagens (Atom)