quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Adeus Julieta - meu amor primeiro


Faleceu no sábado dia 25/08/2007 a minha querida mãe.
Julieta dos Santos (para os amigos a Julieta canané), era
uma bondade de pessoa, dona de uma vida interior; florida,
aromática, cheia de vontades e de uma sina nostalgica própria
de uma portuguesa.
Mãe, aqui te deixo com Lopes Morgado.
SÓ POR ISSO MÃE
Mesmo que a noite esteja escura,
Ou por isso,
Quero acender a minha estrela.
Mesmo que o mar esteja morto,
Ou por isso,
Quero enfunar a minha vela.
Mesmo que a vida esteja nua,
Ou por isso,
Quero vestir-lhe o meu poema.
Só porque tu existes (exististe)
Vale (valeu) a pena

O mar da nossa cidade

O fundo do mar é um ambiente fantástico mas débil, frágil e o
seu panorama histórico e exótico, inspirou o homem desde de o seu nascimento.

O MAR

tenho pena do mar
oiço o seu penar
no entardecer da tarde
ólho o mar embasbacado
e evoco a tempestade
o veleiro e o pirata
quantas lágrimas
tanto sal, tanto sangue derramado
mar que lavas a morte, com a dôr e o amor lado a lado
foi o mar que me fez
foi o mar que me fez pensar o mundo
foi o mar que fez amar
este rio que corre para o mar sem fundo

Hans, um amigo alemão cujo affaire était plancher, cedeu-me estas
fotos do profundo azul das nossas águas (Ponta da Piedade) e
da sua fauna marinha, as quais legendei com o calão metaforizado
de Lagos.
Os belos exemplares marinhos são íconos de um perfíl ainda vivo
do mar da nossa cidade, santuário que espero não venha a ser ferido mortamente,
pelas constantes agressões ambientais, fenômeno que o inteligente humano
vem ignorando.
És cá um godião!

O espreita

Tiró cavalo da chuva
Olhó rascaço


Vai-t'embora daqui chôco
Que grande polvace

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Algarvios no Sri Lanka (as nossas viagens)

No Oceano Índico, separado da Índia pelo estreito de Palk e
pelo Golfo de Bengala, fica o Sri Lanka (antigo Ceilão) o país mais
verde que visitamos.
Colonizado por Portugal, Holanda e Reino Unido é um dos maiores
produtores mundiais de chá e borracha.
Um povo simpático e amável consumidor de bebidas alcoólicas e que
fala Sinhala, Tamil e Crioulo de base portuguesa.
Passamos por Colombo, Ambalangoda, Bandarawela, etc. Visitamos
a impressionante rocha Sigiryia com 200m de altura, no cimo da qual
existem ruínas dum palácio contruido pelo rei Kashyapa, para se defender
do irmão que lhe queria roubar o trono.
Subimos até às ruínas, mas ao colo de um indígena. Em Kandalama ficamos
extasiados com a grandeza do Dambula, templo escavado nas rochas com
200m2 de "frescos". A maior área de pintura do mundo e ainda 150 imagens
do Buda, uma das quais (escavada na rocha) com 14 m.
Sempre pensamos que os navegadores portugueses eram grandes, fortes e que
esgrimiam espadas de quilos. Pois quando entramos num pequeno museu de espólio
português, verificamos que não era assim. A porta de entrada teria cerca de 1,50
de altura, mais um acréscimo (recente) de 30cm para os visitantes poderem entrar.
Vimos roupas, utensílios de cozinha, mesas e cadeiras que foram introduzidas
pela primeira vez naquelas paragens e tudo me pareceu relativamente pequeno.
Obviamente que eram utilizados por pessoas pequenas.
Deixamos alguma fotos dessa longínqua viagem. Todas as fotos das nossas viagens
são de uma máquina que nos saiu (há anos) num sorteio da farinha Amparo...
A qualidade das fotos é péssima, mas a farinha era boa.

Sri Lanka


Primeira nota que vi com o conteúdo na vertical - 10 Ruppes





A majestosa Sirigyia com 200m de altura

residência do rei Kashyapa

Um elefante no "bronze"

Banda desenhada de Sri Lanka

Sem esmola para dar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Operários da música



Penso que já é altura de em Portugal se regulamentar a profissão de
músico. É urgente uma mobilização dos músicos com propostas concretas aos
representantes políticos, em harmonia com as aspirações e necessidades da classe.
Em Portugal, ao contrário de outros países só se dá *importância (e pouca) aos
músicos chamados eruditos. Fecha-se os olhos à importância dos músicos de jazz,
de teatros, de hoteis, casinos etc e pactua-se sem controlar e penalizar, com a anarquia
musical que varre este país dos chamados "músicos" pimba, tocadores de
três ou quatro modas acompanhadas por Dó maior, Sol 7 e transporte
(que fazem fortunas), agora agravada pela invasão do pimba brasileiro chamado
Música do Nordeste e o Choro (música urbana) que fariam chorar Villa Lobos,
e que a mim me fazem gritar o célebre Grito do Ipiranga, que por acaso ou desígnio de
Deus é o nome da rua onde nasceu o famoso e brilhante compositor.
É hilariante ver a chegada desses pimbas acompanhados da família, amigos e amigas para verem os génios brilharem e se o génio fôr do sexo feminino, basta ser vistosa, boas pernas e peitos altivos para o sucesso estar garantido.

-Oh Cristo vem cá baixo ver isto!

Chegou-me às mãos um livrete chamado -160 Músicas para Saxofone-, da autoria do músico
(saxofonista) João da Glória. São 160 Melodias que ficaram na história da música ligeira
e que farão as delícias de qualquer músico.
Como poderão verificar pela pauta, relevante no livrete é que as melodias estão escritas à mão, numa caligrafia de invulgar beleza como nunca vi.
-Força João!

Deixo a capa e o fado "Foi Deus", porque foi Deus que te deu o dom dessa caligrafia.
*protecção económica

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Damas Classicas II (0 filho bastardo do desporto português)



Do clube de damas Pé-de-Galo de Lagos.



Um dia enquanto jogava damas com um amigo,
alguém bugiou - damas? isso é um jogo do passado.
Pois não é assim!
O jogo das damas é hoje um desporto com Federação, torneios por todos o país ,
um campeonato Nacional e uma estrutura associativa organizada.
E para os mais cépticos ou pirrónicos, fica esta:
Há uma publicação que se chama "Enciclopédia Damista" sobre a temática
deste desporto, que tem "só" 12.000 páginas. Com a excepcção do xadrez,
não existe nenhum desporto no mundo cuja teoria seja desta grandeza.
Por exemplo, os manuais do futebol comparados com isto são uma gota no oceâno.
Já vai sendo tempo de as instituições que mandam no desporto nacional,
darem uma mãozinha aos damistas.



As últimas sobre damas;

Realizou-se na cidade marroquina de Mohammedia, o 1º. match de Damas Classicas
entre as selecções de Marrocos e Portugal, cujo resultado foi Marrocos 8 - Portugal 14
As fotos acima são do evento. Parabéns às duas selecções.
Obrigado ao Lusodama pela notícia.

link para o Blog de Damas Classicas: Damas Classicas 1

Jamaica (algarvios na jamaica)






Nas Antilhas sobre um um grupo de picos e montanhas submarinas,
fica a mais bronzeada e amável ilha das Caraíbes.

Jamaica.
Nome que vem de mananciais. (nascentes de água)



Ainda sinto o calor e o amor místico daquele povo.
O azul sonhado que pus na alma nos anos Bob, a Red Strip a escorrer pela
garganta oca, e mais o que ao longe não cessava em desabafos ...O Raggee,
trouxeram-me carícias comovidas.

"Jamaica no problem" era a tónica

Esta mulata que foi propriedade da família Cristovão Colombo e que foi durante duzentos anos
o maior exportador de açúcar do mundo, é ainda mais doce que o precioso adoçante.
Soberba a Port Royale, antiga capital aonde o famoso pirata Morgen teve o seu
quartel general, assim como Montego Bay e Kingston.
Uma população 50% protestante e 40% de fumadores de Ganja (erva).

Quando cheguei ao "aeroporto" de Kingston, mostrei o passaporte e um funcionário
intrigado perguntou-me - Portugal, aonde é isso ?
-Port wine, disse eu.
-ah, yes very good!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Canto incógnito



Canto incógnito

na opacidade do tempo
tanto nos foi legado,
ror de promessas de encanto,
elfo de esperança e sonhos,
mundos lindos e risonhos
desvirtuados no canto
.
.
.
.
no interstício dos peitos
cravos rosas e flores vaidosas
de cores mil perfumes ligeiros,
qual teatro luz da ribalta ou revista
não há acaso que lhes resista
ah magos, de grangeios trapaceiros
.
ledo olhar, olhar ao longe
lerdo espectro do grisalho
do grisalho dos nossos avós
de roupão e televisão
mirando os filhos a serem homens
.
deuses vendem-se
enquanto destilo o mosto
quente das palavras,
que a alma não me deixe morrer
para ver

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Amor e solidariedade

Uma família algarvia.

O meu avô Francisco "dos dois anos" paysan na Atalaia, trocava favas, amêndoas, e mais
não sei o quê por peixe. Nunca ficava a perder, excepto quando vendia as modas do harmónio
por aguardente.
Era um gajo porreiro às vezes. Em casa, a comida estava sempre fechada na gaveta (que os algarvios comem na gaveta não fui eu que inventei). A minha avó e os filhos só se sentavam à mesa depois de ele ter a barriga cheia. Partilhava como o leão e chamava a minha mãe que estava a 40 metros para apanhar a turquês que lhe tinha caído das mãos.
-Ah algarvio dum raio (temperado pelas nortadas) que respirava como um boi.

Uma família nortenha.

Por um desígnio de "Deus" passei as minhas últimas férias (cinco meses) hospedado
na estância turística do Hospital Curry Cabral em Lisboa.
Conheci um casal nortenho a viver em Lisboa (que me ajudou ) e que fazia
parte de uma numerosa família aonde a solidariedade e a entre-ajuda era a nota dominante.
Sempre que algum estivesse em dificuldade, reuniam-se e juntavam dinheiro para o ajudar.
Um dia a senhora deu à luz um encantador menino. Feliz e contente e porque era muito
religiosa, foi de imediato a fátima oferecer algum ouro das suas economias para que nada de mal
acontecesse ao menino. Passaram-se meses e o menimo foi vítima de uma grave doença que o deixou paralizado, com um cérebro que não funciona, sem fala e com os membros atrofiados (mais uma das grandes obras de deus). Esse menino (já homem) ainda é vivo e está à alguns anos internado no hospital.
A mãe vai todos os dias, digo TODOS OS DIAS tratar do menino para que ele não morra.
Lavá-lo, tirar as fezes do ânus (porque ele não o faz só) e dar-lhe todos os cuidados inerentes à situação.
Qualquer comparação do meu avô algarvio com esta mãe do norte é pura...
O pai do menino em desespero escreveu ao Papa mas não estava tinha ido ao céu
para um meeting com o maior.
Esta carinhosa e bondosa mãe não sabe de poesia, e pelo o que ouviu da boca da minha
esposa à cerca de mim, pediu-me para fazer um poema para ela dedicar ao querido filho.
Eu não sou poeta, mas por gratidão da sua ajuda e porque penso que ela é uma grande mulher,
escrevi e mandei emoldurar (para ela colocar á cabeceira da cama do filho) o "poema" seguinte.

MIGUEL (o amor maior)

saíste do meu ventre
tão verde e tão querido
para um mundo intemporal
de um universo desconhecido,

como astróide ou cometa
de asas translúcidas inseguras
viajas de galáxia em galáxia
e a milhões de anos luz me procuras

emano a só luz que te ilumina
e sob as minhas mãos
o teu corpo é seda é veludo,
é tudo

mistério do meu ser
quero-te vivo nada me trava
oh quantas vidas daria
para para ouvir dos teus lábios, mãe
a palavra

para ti Miguel da tua mãe e fada,

Irene

domingo, 5 de agosto de 2007

Sobre as viagens,
"quem nã vê é côme quem na sabe"

Baccio

sábado, 4 de agosto de 2007

A magia egípcia (algarvios no Egípto)

Sem um cuidado cronológico, começo pelo Egípto
uma narrativa sobre as minhas "grandes viagens".

Algures aonde o tempo era lento e eterno
nasceu o Egípto filho do sol e corpo do deus Ra,
criador de tudo e berço de uma civilização
poderosa e imperial que se estendeu por
séculos e séculos.
Nenhuma das grandes civilizaçõoes foram
capazes de mostrar tanta nobreza e grandiosidade.
Hoje, pilhado e ultrajado pela "inteligência" ocidental,
é um património em perigo.
Pirâmides, túmulos, estátuas gigantes, templos e
até o museu do Cairo, choram a vergonha dos Faraós
pelos danos irreparáveis provocados pelas agressões
ambientais e pela ambição desmesurada de "caga notas"
ávidos de tezouros.
Que diriam hoje, Namer, Séti, Tutankhamon, Ramsés II,
Nefertari, etc. ?
Contactar directamente com milhares de anos de história,
foi um sentimento único e uma das maiores experiência
da minha vida.

A pata direita do Baccio fez isto


(carvão d'água e acrílico)

A magia egípcia






no sonho e na gloria




pop

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Agora já toca

Para o Vieira Calado <>



Como querias ouvir o Hino da Casa
do Sporting, aí vai.
Agradeço ao Francisco L., a paciência
que teve ao ajudar-me, porque sou um
nabiça na informática.

(este som é somente uma maqueta da peça)
Agora toca a seguir a música com as palavras.



mais uma vez o texto



NO SONHO E NA GLÓRIA


lagos tem um coração de leão
verde irmã do sonho e da glória
brilha alto este romance esta paixão
na luta e na vitória


é comum no nosso sangue este ideal
nos netos filhos e avós
p'ra vencer cem mil vezes cantaremos
a canção numa só voz


sporting
sporting
sporting
amor e fiel devoção

sporting
sporting
sporting
por ti bate o nosso coração

quinta-feira, 2 de agosto de 2007


...Sai uma Asinha (caneca)

O Baccio na cozinha

P'ra desenjoar dos "morfes" casêres.

Camarões,
Toda a gente come fritos, grelhados, e cozidos com o um porradão
de sal por cima. O sal é o inimigo nº.1 da saúde pública, quando
comprava peixe os vendedores diziam-me para pôr muito sal
na barriga. Já morreram todos os que me deram este conselho.

Algumas pessoas acham que o Baccio cozinha bem porque já
se deliciaram com os petiscos que ele (às vezes) faz.
Ora cá vai um,

CREVETTES AUX PAPILLONS (receita minha)

Camarões tigre (para 4 pessoas) sem casca só com
as cabeças (importante)
Dois tomates grandes (caseiros)
75 gramas de manteiga
Uma colher de sopa de azeite
Uma cebola grande
Três dentes de alho
Metade de um pacote de natas - Longa vida
Oito rodelas de chouriço vermelho alentejano (picante)
Louro
Coentros
Uma colher de sopa de tomate enlatado
queijo ralado
Piri-piri q.b.
Sal q.b.
Um pacote de massa em forma de papilons

Numa cataplana
com manteiga e o azeite
aloira-se a cebola (às rodelas)
com o louro e os alhos picados,
acrescenta-se o tomate sem pele
nem sementes o chouriço e o
tomate enlatado.
Deixa-se cozer até ficar cremoso,
coze-se os camarões (lentamente) no creme
e junta-se o piri-piri e as natas.
Cinco minutos depois os coentros.
Apaga-se o fogão e com a cataplana fechada deixa-se
repousar cinco minutos. Se o molho ficar grosso
acrescenta-se mais natas.

Coze-se a massa com bastante alho
e uma colher de chá de óleo (para a massa não colar),
passa-se por água fria , não da torneira.
Aquece-se num pouco do molho dos camarões,
serve-se num prato grande colocando os camarões
e o molho sobre a massa e polvilha-se com queijo ralado.
(os rabanetes combinam bem)

Bom apetite! E digam lá que eu sou parvo.

*Desalmado, é isto que vai na tal sexta-feira.